A cidade de São Paulo é vista como uma alternativa para ter uma vida mais aberta, tolerante e livre de preconceitos para pessoas LGBT+ de outras cidades e estados do país, imigrantes latino-americanos e de outras partes do mundo. No Brasil, a produção cultural e midiática, reforça uma ideia da cidade de São Paulo como acolhedora para pessoas LGBT+ quando comparada a outras cidades e regiões do país.
Se a cidade é vista como tolerante e como uma possibilidade para poder “sair do armário” e "ser quem se é" nos âmbitos públicos e privados, São Paulo na prática pode ser uma cidade hostil a pessoas LGBT+, fruto da lgbtfobia e da cisheteronormatividade dominante no país e da insuficiência de políticas públicas que garantam a cidadania plena para esta população. Essa hostilidade pode se agravar quando recaem sobre a pessoa outros preconceitos etários, de classe, raça, nacionalidade, gênero e relativas a outras regiões do país.
Apesar de todos os anos São Paulo receber migrantes LGBT+ de diversas origens e por diversos motivos, essas experiências não estão documentadas. Como São Paulo se configurou como uma escolha para essas pessoas? De que maneira essa escolha transformou as suas trajetórias? De que maneira essas pessoas ressignificam os espaços da cidade? Qual o lugar da orientação sexual e/ou da identidade de gênero nesses processos?
Partindo dessas perguntas, o podcast Passagem Só de Ida se propõe a registrar histórias de vida de LGBT+ migrantes na cidade de São Paulo e estimular o registro de suas memórias. Cada episódio traz o relato de alguém sobre os seus processos de deslocamento físico e subjetivos, priorizando a sua liberdade narrativa e os marcos pessoais por meio dos quais ela conta a sua trajetória e recompõe a sua história. O Passagem só de ida busca, assim, propor outras perspectivas para recompor as experiências históricas das pessoas LGBT+ brasileiras, para além dos enquadramentos que costumam restringir o seu relato a situações de violência.
Projeto: Bruno O., Marcos Tolentino e Yuri Fraccaroli
Produção: Marcos Tolentino
Montagem, edição e pesquisa sonora: Jj jj jj
Vinheta e trilha original: Nolo
Entrevistas, roteiros dos episódios, pesquisa e captação: Ariana Mara da Silva, Florence Belladonna Travesti, Mariana Penteado, Marcos Tolentino, Maria Paula Botero, Maurício Santos e Yuri Fraccaroli
Pessoas entrevistadas na 1ª temporada: Genivaldo Mendes (GG), Lufer Satui Mejia, Anne Fonseca Stucker, Raphael Jacques (Alma Negrot), Jurandy Valença, Leo Moreira Sá, Alex da Rocha Santos, Ericah Azeviche e Symmy Larrat
Assessoria jurídica: Lucila Lang
Assessoria de imprensa: Brenda Amaral
Apoio: Rede de Mulheres Imigrantes Lésbicas e Bissexuais
Realização: Casa 1 e Acervo Bajubá