Valorizar a memória LGBT+ é uma etapa fundamental para a desconstrução do preconceito e da intolerância e para o reconhecimento da diversidade sexual e de gênero. Esta valorização é possível tanto no âmbito público, através de instituições como museus, arquivos e bibliotecas e o seu trabalho de constituição e preservação de acervos referentes às memórias e a cultura LGBT+; quanto no privado, por meio da organização e conservação de coleções pessoais.
Em relação às memórias de pessoas LGBT+, tais coleções pessoais têm um papel fundamental em conservar registros de práticas culturais e sociais marginais, ou que muitas vezes não são entendidos, tanto por seus suportes materiais como por seu conteúdo, como documentos históricos. Entretanto, a sua preservação esbarra numa série de questões: qual o valor da minha coleção pessoal? O que eu devo guardar? O que eu posso descartar? Como faço para conservar minhas fotografias? Como devo organizar meus recortes de jornais e revistas? O que fazer com aquele vídeo com conteúdo adulto? Como posso digitalizar estes documentos para garantir a preservação de seu conteúdo no decorrer do tempo?
Pensando nisso, o Acervo Bajubá, em parceria com a Casa 1 e o Coletivo Memória & Resistência e apoio do Museu da Diversidade Sexual, desenvolveram a série de conversas “Laboratório de Memórias: Práticas de acervo para pessoas LGBT”, um projeto de formação continuada em memória e história e de estímulo a práticas arquivísticas voltadas para pessoas LGBT+.
Memória para quê com Suzy Santos e Rita Colaço (21/11/20)
Suzy Santos atua nas áreas de tratamento de documentação de arquivos e de acervos museológicos, curadoria e arte-educação.
Rita Colaço é criadora e administradora da página Memórias e História das homossexualidades.
O que é memória LGBT com Inês Gouveia e Luiz Morando (28/11/2020)
Inês Gouveia, doutora em Museologia e Patrimônio pela Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro e professora no Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo.
Luiz Morando é doutor em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais, desenvolve pesquisas de resgate da memória das identidades LGBTQIA em Belo Horizonte, no período compreendido entre 1950-1989.
Como preservar um arquivo com Flávia Santos (05/12/2020)
Flávia Santos é conservadora de obras de arte em suporte de papel. Graduada em História pela Universidade de São Paulo, mestre em museologia voltada à Ciência da Conservação pela mesma universidade. Atualmente é restauradora de papel na Pinacoteca do Estado de São Paulo.
Como digitalizar um arquivo com Leila Antero (12/12/2020)
Leila Antero é assistente de Museologia do Museu da Inclusão. Licenciada em Artes. Mestre em Museologia pelo programa de pós-graduação da USP. Técnica em Museologia pelo Centro Paula Souza. Atuou como assistente de pesquisa e técnica em Museologia no Museu da Cidade de São Paulo. E foi Documentalista Jr. do Museu Afro Brasil.
Archivo De La Memoria Trans com María Belen Correa (16/12/2020)
María Belen Correa é uma ativista transexual argentina pelos direitos das pessoas LGBT+, particularmente das pessoas trans e travestis. Em 1993, ela participou da fundação da Asociación Travestis Transexuales Transgéneros Argentinas (ATTTA). Em 2001, ela se exilou em Nova Iorque, onde, em 2004, participou da fundação da REDLACTRANS e de algumas iniciativas locais voltadas para pessoas LGBT+. Em 2012, María Belén fundou o Archivo de la Memoria Trans, no qual é a atual diretora. O Archivo de la Memoria Trans é um projeto colaborativo e interdisciplinar que tem como missão reunir e resgatar um acervo documental sobre a história de vida da comunidade trans argentina. Além de se constituir como um espaço físico da memória coletiva das identidades trans, o Archivo desenvolve um trabalho de formação educativa e de inserção ocupacional e social de pessoas trans; de acesso e de difusão das coleções documentais, através da realização de mostras, publicações online e impressa; e de denúncia à transfobia institucional ou social.
Transur (Uruguai) com Sofía Saunier (05/02/2021)
Sofía Saunier é multiartista e ativista uruguaia. Nos anos 1990, trabalhou como modelo, drag queen e performer na noite de Buenos Aires. Atualmente, desenvolve o seu canal no Youtube Transur, onde, há mais de oito anos, registra histórias da comunidade trans no Uruguai e no mundo.